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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Para a Plataforma Superela: Dona Vida a Senhora Não Me Deve Nada!

Imagem: Unsplash 
Algumas experiências e situações acontecem de maneira despretensiosa e fazem um bem danado para os os nossos dias e para a alma e merecem ser compartilhados. Fiz a transcrição do áudio e a plataforma Superela publicou.

Mágoas: 9 Lições do Padre Fábio de Melo Para 
 te Ajudar a Lidar e Seguir em Frente de Vez!  

Padre Fábio de Melo gravou um vídeo bem informal no seu perfil do Instagram, falando sobre mágoas e como lidar com elas. E eu, que fui lá ouvir sem pretensão alguma, nunca mais enxerguei esse assunto do mesmo jeito e ao final, também repeti suas palavras em alto e bom som:

“Dona VIDA, a Senhora Não Me Deve Nada!”

Além de sua formação em teologia e filosofia e de ser cantor, compositor, escritor e professor universitário, Padre Fábio é poeta. Talvez por isso consiga perceber, compreender e tocar tão profundamente a alma humana, a minha, inclusive e de maneira generosa. Compartilho aqui 9 lições dele sobre mágoas, que talvez possa lhe ajudar a lidar com as suas, caso haja alguma, claro.

1 - "O trauma é um acontecimento que não coube dentro da gente:"
Numa fase da vida fui traumatizado (a) pela fala de alguém e não soube acomodar (isso) dentro de mim. O trauma é minha incapacidade de guardar de forma positiva aquilo que eu vivi e chega um momento na vida que tudo vem à tona: As faturas do (que foi) vivido sempre chegarão a nossas mãos.

2 - "Essa incapacidade de guardar dentro de nós, de armazenar de forma harmoniosa o que a gente viveu, geralmente leva a culpa:"
Então eu me sinto culpado porque eu não dei conta, porque eu fui reprovado, porque eu fracassei, porque minha meta não foi cumprida. Eu posso me sentir arrependido de alguma coisa que eu reconheço que não deu certo porque errei em alguns pontos, não calculei bem ou não fiz as melhores escolhas.

3 - "Quando a gente vive essa reconciliação diária com o que nos aconteceu, não vai dormir com os ressentimentos e é isso que nos livra de nos sentirmos vítimas:"
Na verdade, esse é o fato que nos paralisa: Quando a gente começa a se interpretar com ‘vitimismo’. Fica muito mais leve olhar para a vida, por mais difícil que ela seja (e ela é difícil para todos nós), olhar bem nos olhos dela e dizer: Dona Vida a senhora não me deve nada, tá tudo certo, pode continuar porque tá tudo certo!

4 - "Sob o efeito da mágoa a gente perde a capacidade de perceber o que a vida está nos oferecendo, porque a mágoa ocupa muito espaço no contexto de nossas emoções:"
Quando estamos magoados, ficamos, naturalmente, muito privados de perceber o que está nos rodeando, o que é positivo e que merecia ser vivido com muito mais intensidade.

5 - "Você ouviu um monte de coisas boas ao longo do dia e de repente você ouviu uma que era desagradável e resolveu guardar o que era desagradável, mais defeituoso:"
Nós temos uma natural tendência em observar o que não é a melhor parte e as vezes alimenta isso de forma inconsciente. Mas se a gente não coloca um filtro para inibir o que chega e o que cresce dentro de nós, a gente morre antes da hora.

6 - "Quando eu como alguma coisa, o meu organismo precisa metabolizar, ele transforma o alimento em mim e o alimento passa a fazer parte de mim. A mesma coisa são as emoções, os sentimentos:"
Então se se eu me sinto magoado, se eu aceito a ofensa que o outro me causa (porque a ofensa só fica dentro de nós quando a gente aceita), então eu vou levando essa mágoa e ela vai se tornando um estilo de vida.
Observe como às vezes somos rodeados de pessoas amargas, insatisfeitas, infelizes e que se expressam muito através da ingratidão. As vezes nós somos essas pessoas que manifestam a mágoa através da ingratidão.

O fato é, minha gente, que não existe receita mágica, a gente precisa aprender a lidar com tudo o que nos magoa.



7 - "Eu tenho assumido uma regra de vida, sabe? Só deixo demorar dentro de mim até eu aprender o que preciso aprender com aquilo: Com o acontecimento que me machucou, me chateou:"
A crítica que eu achei que fosse injusta fica dentro de mim o tempo exato para me fazer pensar se faz sentido ou não aquilo que eu ouvi. Quando não faz sentido eu imediatamente mando embora.

8 - "E como é que a gente manda embora? Substituindo por coisas boas. A mente não pode ser ocupada por dois pensamentos ao mesmo tempo."
Então, se eu escolho pensar no que me magoou, a mágoa vai prevalecer. Mas se eu substituo por um sentimento bom que às vezes pode chegar até mim através de uma música, de uma leitura, então vai conseguindo amenizar.

9 - "O certo é que não somos um baú de lixo, de sentimentos estragados, e não faz sentido carregar sentimentos que sabemos que são nocivos, que nos adoecem emocionalmente e fisicamente:"
A ciência nos ensina que as mágoas quando não são digeridas, não são metabolizadas, não são jogadas fora, nos adoecem, elas nos matam antes da hora.
** Querido Padre Fábio, muito obrigada por suas palavras.

* Em Victoria, Columbia Britânica, Canadá, outubro de 2019.

 ---------> AQUI o texto publicado e adaptado para a plataforma Superela.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Para o Livro: O Sonho Gerou a Esperança, Voluntários da Santa Casa

Capa do Livro - Imagem: Geise Machulek


Texto Mãe e Filho - Imagem: Geise Machulek

Texto Mãe e Filho - Imagem: Geise Machulek
Minha singela participação no livro “O sonho gerou esperança” que relata os 25 anos de história da Equipe da Esperança, voluntários da Santa Casa de Campo Grande. A Equipe foi instituída em 10 de setembro de 1993, para exclusivo atendimento aos pacientes internados no hospital e seus familiares.

Sou voluntária na instituição há quatro anos e um pedacinho do trabalho na hoje extinta ala psiquiátrica foi registrado no livro.



segunda-feira, 25 de março de 2019

Para a Plataforma Superela:Crônica - Redescobrindo All Stars



Crônica: Redescobrindo All Stars


Imagem original do texto no site Superela/Pexels


Corro para fugir da chuva enquanto abraço forte os livros.

Não, eu não fujo do banho de chuva, amo, acho revigorante, mas não quero molhar os muitos papéis que carrego: Pedidos de exame, guias do plano de saúde, livros que levei para terminar de ler durante a longa jornada na sala de espera do cardiologista e a velha agenda em espiral que insisto em usar a mesma por dois anos (!). Um coração de quarenta e poucos anos, que mais apanhou do que bateu, definitivamente precisa mesmo um de check-up, ou de uma recauchutagem para continuar a jornada.

Meus olhos ainda não avistam o carro e apresso os passos quando as gotas começam a molhar a roupa e os sapatos, definitivamente, correr com salto alto é um atraso de vida, ainda mais em uma calçada irregular!

Aprendi a usar salto aos 15 anos nos ensaios para desfile de modas. Moleca que era, enquanto minhas amigas exibiam sapatos de salto alto finos, com bicos mais finos ainda (salve geração adolescente anos 90) eu, uma magrela de cabelos com cacheados na altura da cintura, preferia um All Star. Aah sim, sem dúvida um bom e velho All Star surrado nessa hora me faria alcançar o bendito carro antes de todo aquele aguaceiro que, a essa altura já era torrencial. Alcanço o carro finalmente e chego em casa encharcada com a chuva fresca que caiu sobre mim e sobre todos os aqueles benditos papeis...puxa!

Abro o armário em busca de um chinelinho e não tem um par sequer lá dentro, tampouco um tênis All Star. Mas porque cargas d’água eu deixei de usar um calçado tão confortável e fofo como aquele e ‘subi nas tamancas’ nos últimos 20 anos? Que falta de sentido!

Busco uma foto antiga onde estou lá adolescente (ao lado do namoradinho) vestindo calça e jaqueta jeans e, claro, o tênis preto com listas brancas, uau!
Confesso que uma nostalgia pairou no ar ali enquanto raios e trovões davam um verdadeiro show lá fora, ahhhhh tempo bom aquele da foto! Corro até o aparelho de som (sim, ainda uso esse termo) e coloco lá via bluetooth (modernizando a sessão nostalgia) a música que o Nando Reis fez para a Cássia Eller, All Star:

“Estranho é gostar tanto do seu All Star azul... seu All Star azul combina com o meu, preto, de cano alto”
Embalada pela música, prometo solenemente a minha pessoa que a partir dali, mais All Star e menos tamancos.
E assim aconteceu, o reencontro foi realmente mágico: O mesmo número, cor e modelo ajustou-se maravilhosamente aos meus pés... 20 anos depois.
Desde então uma estranha liberdade tomou conta dos meus dias: troquei não apenas os sapatos, troquei a bolsa por uma mochilinha preta e ganhei mãos e ombros livres. Uma pequena (e leve) mochila nas costas e um All Star nos pés e me senti rejuvenescer alguns anos com meu novo pretinho básico. Agora corro no asfalto e na calçada irregular (salve Campo Grande... hahaha), com ou sem chuva e sem ter que segurar a bolsa (grande e cheia de tralhas) que vivia escorregando, ganhei a liberdade das mãos livres novamente. Subo e desço escadarias numa velocidade incrível e nunca mais virei o pé num buraco nem prendi o salto numa daquelas grelhas para escoar água, ou onde quer que seja e os joelhos também agradeceram. Já penso em outros pares, outras cores e um de modelo botinha talvez. Parece pouco, mas acredite, a mudança foi por dentro e por fora, enxergando a vida por outro ângulo sem dúvida, até chuva tomei de novo e tudo bem, seca rápido, viva o All Star!
Bem, o coração que fui checar lá no comecinho do texto está ótimo e apesar de mais ter apanhado que batido, tem pulsado compassadamente, a vida é mesmo bela, de All Star então, ficou mais colorida ainda!
Se você já passou dos quarenta anos como eu, ou tem trinta, vinte ou até menos, não importa, desejo que você também redescubra All Stars ou qualquer outra coisa que traga uma nova visão, novas cores e alegrias aos seus dias!  Publicado no site Superela, uma página que 




Acesse o texto na >>>>  Página original AQUI <<<<<

segunda-feira, 18 de março de 2019

Para o Jornal O Estado do Mato Grosso do Sul: Vai Passar

'Vai Passar' para o Jornal O Estado do Mato Grosso do Sul 14/03/2017- Imagem: Delasnieve Daspet




Texto para a coluna de Delasniev Daspet: Poesia, Prosa e Verso à Janela, no Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, edição do dia 14 de março de 2019. Na verdade é a letra de uma música que chegou de presente numa madrugada do ano de 2007. 
Tem uma versão amadora gravada em celular
>>>> NESSE LINK AQUI <<<<


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VAI PASSAR


Para que se preocupar se tudo um dia vai passar

E dessa vida a gente sabe nada, nada vai levar

Se vivemos atrasados e nossos passos já cansados

Pedem pausa, pedem calma, quem sou eu

Quem é você para não parar?

Quanto tempo faz que o pôr do sol não vejo mais

E nem mesmo paro para olhar, contemplar a um luar?

Se realmente a vida é bela, vou viver... Vamos viver!

Nem dá mesmo para esperar, se preocupar

Se tudo um dia vai ficar, vai passar

Trocar o dever por um prazer

É saber e compreender

Que ainda há muito que fazer, por mim e por você

E lembrar...

Que daqui nada, nada vou levar

E então para que se preocupar se tudo um dia (logo,logo)

Vai Passar?



Geise de Oliveira Machulek


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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Para o Segredo: Menos Síndrome de Gabriela e mais Metamorfose Ambulante, por favor!

Imagem original: O Segredo
"Eu nasci assim, eu cresci assim
Eu sou mesmo assim
Vou ser sempre assim
Gabriela, sempre Gabriela
Quem me batizou, quem me iluminou
Pouco me importou, é assim que eu sou
Gabriela, sempre Gabriela
Eu sou sempre igual, não desejo mal
Amo o natural, etecetera e tal
Gabriela, sempre Gabriela”.


Não, oficialmente não existe uma síndrome com esse nome e eu simplesmente amo as músicas do baiano Dorival Caymmi, autor da canção. Mas o refrão de “Modinha para Gabriela”, tema da novela Gabriela Cravo e Canela, baseada no livro de Jorge Amado, ilustra muito bem as pessoas resistentes às mudanças.

Quem nunca ouviu alguém dizer: “eu sou assim e pronto, se quer, quer; se não quer, tem quem queira. Nasci assim e vou morrer assim”.

Bem, quando nasci ainda não se ouvia falar muito em Internet, pelo menos não nas residências. Um ou outro filme, em preto e branco, mostrava equipamentos gigantescos em alguns bancos, por exemplo. Nasci na década da discoteca, anos setenta e por aqui ainda era o Estado do Mato Grosso (hoje Mato Grosso do Sul). Ao final dos anos oitenta, para quem morava na capital, e início dos anos noventa para quem vivia no interior, ouvíamos falar em um tal curso de computação, que chegava ameaçando as escolas de datilografia. Até então era de praxe: todo adolescente, que prezasse seu futuro profissional, aprendia a datilografar. Então, vimos os computadores entrando em cada estabelecimento comercial e em algumas casas, aprendemos a lidar com a máquina e esperávamos ansiosos pelo final de semana para plugar o cabo do telefone no gabinete do computador e ter acesso ao admirável mundo novo da Internet, e tudo de bom que ela trazia. Aprendemos a nos comunicar com quem morava longe, por e-mail, por bate papo, tivemos acesso ao conteúdo de dezenas de bibliotecas, conhecimentos que antes vinham dos livros e agora estavam ali, ao alcance dos dedos. Adaptamo-nos a tudo isso e aprendemos a lidar, aos poucos, com os prós e contras que tudo isso trouxe. Já a geração do meu filho mais velho dominava o computador na adolescência, a geração do meu caçula entendeu como funcionava o mundo virtual ainda na pré-escola, e hoje os bebês de colo já movem os dedinhos pela tela do smartphone e escolhem seus vídeos e jogos favoritos. Nem precisamos ensinar, parece algo nato, pasme! Já nasceram sabendo.

Para minha geração, que precisou estudar para aprender a lidar com a computação, uma coisa ficou clara: conhecimento muda tudo! Não dá mais para ser a mesma criatura depois do conhecimento.

Viver é um constante processo de transformação e aprendizado, evolução e adaptação, baby. Mas então, por que é que ainda tem tanta gente com a tal Síndrome de Gabriela ao nosso redor? “Ahhh…mas o Fulano é turrão, não muda nunca”.

Conheço pessoas que, em seus contínuos relacionamentos, magoam seus parceiros pela maneira agressiva de tratá-los, não se desculpam, não cedem, não voltam atrás em nada. E ainda gritam em alto e bom tom: ”não quer, tem quem queira”, e repetem o mesmo comportamento, o mesmo discurso.

Acredite, você pode interromper qualquer ciclo que não lhe agrada ou não lhe faz bem. Todos nós temos a capacidade de aprender e evoluir enquanto pessoas, seja no meio profissional, seja nos relacionamentos, ou ainda com nós mesmos.

Se olharmos com carinho para questões de nossa saúde, quantos hábitos ruins nós acumulamos ao longo dos anos? 

Ano novo, qualidade de vida nova! Deixe o que o prejudica, o que lhe faz mal, e definitivamente abandone aquele hábito que você mesmo diz: “isso está me matando“.

Aprenda a viver sem o que é tóxico para você, busque ajuda. A grande maioria dos municípios conta com serviços gratuitos, grupos de apoio e de tratamento como: CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), AA (Alcoólicos Anônimos), NA (Narcóticos Anônimos), CAA (Comedores Compulsivos Anônimos), DASA (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos), Amor Exigente (grupo de apoio às famílias de jovens ou adultos dependentes químicos).

Ahhh, já chega de tanto “eu nasci assim e vou morrer assim”! Reescreva sua história, descubra-se, seja feliz!

E o que realmente vale a pena? Para a minha pessoa, hoje, o que vale é qualidade de vida e como consequência, saúde e bem-estar geral.

Qualquer coisa, leia-se qualquer coisa mesmo, que comprometa minha paz de espírito, não vale meia hora da minha paciência. Simplesmente me afasto, seja de uma pessoa, uma situação de vida, um ambiente ou um lugar. Mais Metamorfose Ambulante!


“Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo.
Eu quero dizer
Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo.”


Não há como ser o mesmo depois do conhecimento. O antigo ensinamento grego “conhece-te a ti mesmo” nos mostra a importância do autoconhecimento. Quando você passa a entender quem você é, aprende a lidar com situações que antes eram quase impossíveis, passa a gostar mais de si e entende que certas ações prejudicam a você ou a quem está ao seu redor. Você se transforma na mudança que antes buscava lá fora.

Claro, e antes que alguém diga algo sobre o mestre Raul: com respeito, não vamos aqui adentrar na luta de vida do Raul Seixas, nem quantos leões ele matou ou quantos o venceram. Ele teve a batalha dele, nós temos a nossa.

Batalha de conhecimento, quebra de paradigmas e eterno aprendizado rumo à evolução. O ano está só começando. Feliz qualidade de vida nova!

Acesse o Texto original >>>>> Aqui <<<<<:

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

'Canários da Loja, Pombos da Rua' para Câmara Brasileira de Jovens Escritores

Capa "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos" 



Texto: 'Canários da Loja, Pombos da Rua' por Geise de Oliveira Machulek para a "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos", Câmara Brasileira de Jovens Escritores - CBJE - Edição 123 - Abril 2015.

Acesso a Edição on line e informação sobre antologia impressa aqui: 'Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos' - Câmara Brasileira de Jovens Escritores



'Cicatriz' para o Livro "Contos Fantásticos" - Editora Câmara Brasileira de Jovens Escritores

Capa




 'Cicatriz', publicado no Livro 'Contos Fantásticos' - CBJE
E foi numa manhã de inverno, acompanhando um familiar idoso na terapia hiperbárica, que nasceu o conto 'Cicatriz' por Geise de Oliveira Machulek, publicado no livro "Contos Fantásticos" - Edição Especial - Maio de 2015 pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores - CBJE. 

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CICATRIZ 

Da sala de espera da terapia hiperbárica, como acompanhante de um familiar idoso, posso observar as pessoas que chegam para a sessão diária de duas horas, todas com um acompanhante como eu. Todas com um só objetivo, a cicatrização, independente do motivo: Úlceras, queimaduras, eczemas, ‘pé diabético’, membros amputados. O que todos ali esperam é ter uma bela cicatriz.

No dicionário, a palavra cicatriz quer dizer: Sinal de ferida ou de chaga curada, lembrança dolorosa, vestígio de estrago, destruição, etc.

Cicatriz é algo que, do ponto de vista estético, nenhum de nós principalmente mulheres, gosta de ter. Contudo, paralelamente, todo mundo que conheço tem uma, ou várias. As minhas são: Tombos de bicicleta, patins, estripulias da infância que ficaram aqui como lembranças de um tempo bem vivido. Eu diria até que são ‘troféus de guerra’, um termo utilizado por ex-combatentes, veteranos de guerra que exibiam suas marcas e dores como verdadeiras recompensas, por estarem vivos e de volta ao lar.

Existem as cicatrizes da alma, que é um daqueles tipos que a gente fica torcendo para ter quando a ‘ferida’ ainda está exposta, porque sabe que quando ela aparecer, a dor não estará mais ali (ou pelo menos a maior parte dela).

Cicatriz na alma também é sinal de experiência, maturidade, ciclos que se fecharam, dor de amor que com o tempo e muita paciência se ameniza.

Tem cicatriz que demora mas acontece; Tem ferida que não fecha nunca porque quando esta cicatrizando...abre novamente.

Lembro do pedacinho de um texto, do qual desconheço o autor:

“...Sou uma mulher cheia de cicatrizes e sou uma menina cheia de feridas abertas”.

Aterrisso. O barulhinho que parece com o de vapor, lembra que a sessão de duas horas daquele dia acabou e, da câmara hiperbárica vão saindo, com a ajuda dos enfermeiros senhores e senhoras, entre eles um quase centenário de noventa e quatro anos e um jovem aparentando menos de vinte anos.

Alguns mais entusiasmados, outros nem tanto, mas ao longo das sessões que podem durar dez, vinte, trinta ou quarenta dias, todos esperam pelo mesmo 'milagre', digamos assim, todos anseiam por uma belíssima CICATRIZ.

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Informação sobre antologia impressa e acesso a Edição on line aqui: Contos Fantásticos Editora Câmara Brasileira de Jovens Escritores









quinta-feira, 1 de novembro de 2018

'Estações' - Para O Colecionador de Poesias - Editora Beco dos Poetas

Estações - Pseudônimo Donna Gê







Texto Estações para o Livro 'O Colecionador de Poesias' - Geise de Oliveira Machulek sob o pseudônimo 'Donna Gê', grupo Poetas independentes.
Projeto do saudoso poeta Márcio Marcelo do Nascimento da Editora Beco dos Poetas.



Baixe o Livro original aqui: O Colecionador de Poesias - Beco dos Poetas

Na Rádio Xodó FM - Mensagem de Reflexão






Mensagem de Reflexão dia das Mães, Locutor Welder Ban S. Souza em 12 de mai de 2018:



'Não importa o quanto o filho cresça, para a mãe, ele será eternamente o seu menino'

Texto Geise de Oliveira Machulek: 'Mas Afinal, O Que Querem as Mães?'


Narração original Welder Ban aqui: Rádio Xodó FM

Para o Jornal: 'O Mamoré' - Rondônia - Setembro 2018



Imagem: Jornal O Mamoré






Matéria do dia 10 de sembro de 2018 no jornal O Mamoré de Guajará Mirim - Rondônia.

Texto: "Sobre Resposta ao Tempo - Nana Caymmi por Geise de Oliveira Machulek"


Acesse o Jornal aqui: Jornal O Mamoré - Rondônia

Para Revista 'Cultura En EL Mundo' - 4º Edição: Origen


Para Revista 'Cultura En EL Mundo' - 3º Edição: Nieblas y Tinieblas

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Para 'O Segredo': Sobre “Resposta ao tempo”, de Nana Caymmi

Imagem "O segredo"

O tempo é relativo, já dizia o gênio Albert Einstein: Tempo e espaço são relativos, dependendo do ponto de vista do observador.

O tempo passa para todos nós, é verdade, mas cada um percebe à sua maneira. Para alguns, o tempo é como um piscar de olhos e para outros o tempo é uma eternidade. Para quem sofre com a ansiedade o tempo passa devagar, para os enamorados o tempo voa.
Por vezes, ficamos chateados, quando certas coisas não acontecem no tempo que planejamos. Outras vezes, uma situação não planejada simplesmente ocorre de maneira inesperada e maravilhosa.

Uma música do ano de 1998, composta por Aldir Blanc e Cristóvão Bastos foi eternizada na voz de Nana Caymmi e ficou na memória de quem assistiu a série Hilda Furacão: ‘Resposta ao tempo’.



“Batidas na porta da frente, é o tempoEu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito calado, ele riEle zomba do quanto eu choreiPorque sabe passar e eu não sei.
Num dia azul de verão, sinto o ventoHá folhas no meu coração, é o tempoRecordo um amor que perdi, ele ri. Diz que somos iguais, se eu noteiPois não sabe ficar e eu também não sei.
E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhosQue amores terminam no escuro, sozinhosRespondo que ele aprisiona, eu libertoQue ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mimMe vigia querendo aprenderComo eu morro de amor pra tentar reviver.

No fundo é uma eterna criança, que não soube amadurecerEu posso, ele não vai poder me esquecer.”

A música fez muito sucesso e Nana concedeu uma entrevista falando sobre isso:
“Às vezes você está dentro do estúdio gravando 12, 14 canções, todas muito lindas e é claro que você faz a ilusão: Ah essa vai ser uma coisa! Ah quando ouvirem essa, vão desmaiar… e não acontece nada. Aí vem uma mulher como a Glória Perez e coloca essa mesma música que ninguém deu bola, que ninguém ouviu, mas ela coloca na novela num determinado personagem e a música faz assim, vira sucesso, vira uma unanimidade. Vá você entender a cabeça do ser humano. E a música estava ali”.
Belíssimas palavras, querida Nana Caymmi! A mais pura realidade: Às vezes colocamos expectativas demais e nada acontece e quando menos se espera, bum! Tudo se concretiza.
A minissérie Hilda Furacão foi baseada no livro homônimo do escritor Roberto Drummond e foi escrita com rapidez, se comparada às outras obras do autor: Apenas 64 dias, enquanto outros livros do mesmo autor levaram anos para ser concluídos. A obra vendeu mais de 200 mil exemplares na época, sendo o trabalho mais famoso de Drummond e escrito em tempo recorde.
Resposta ao tempo encantou gerações e ensina que amores vem e vão, que em um dia a gente chora e em outro ri, que o tempo adormece as paixões, mas o inevitável sempre acontece: 

O tempo chega para cada um de nós, cada qual à sua maneira e tudo acontece no tempo certo, nem antes nem depois.




Link da postagem original: Sobre “Resposta ao tempo”, de Nana Caymmi